Dias Melhores Virão

Quando a noite chega, para onde vão nossos pensamentos ?

Me vejo divagando...

Lançando meus pensamentos longe... para fora deste tempo, fora deste espaço.

Mais um dia se foi e com ele outro começará com o nascer do sol.

Estou só, pensando nos acasos da vida.

Fico olhando para o céu, as estrelas começam a surgir, anunciando um dia de sol para amanhã.

O amanhã... eterno amanhã.

Tento escrever algo que me atormenta. Só não sei o que é.

Tudo parece perfeito, tudo está tranqüilo.

A chuva se foi, o aroma de terra molhada me faz sentir saudades da natureza.

Me lembro das muitas noites que passei olhando para o verde e para a lua entre as árvores.

Deitado no chão, olhava pela janela vendo o mundo passar lá fora. Era o meu mundo.

Verde, tranqüilo, sereno e imutável.

Meus olhos vermelhos e cansados pedem por uma noite de sono que minha mente teima em negar.

Fico pensando.

A música tocando torna a noite menos vazia. As letras falam de pessoas que se foram, de como devemos olhar para frente esperando por dias melhores. Dias melhores virão.

Quero ocupar meu tempo. Quero tornar meus dias menos vazios.

Tenho trabalhado duro, mas mesmo assim, sinto que falta algo.

A brisa refresca meu corpo como um carinho.

Em minha mente, caminho pela cidade. Não há ninguém. As ruas vazias...uma benção.

Deixo que meus pensamentos me levem para longe.

O mar profundo, as ondas batendo nas pedras, sereias cantando, tentando atrair os incautos para as pedras. As gaivotas flutuam como se o tempo tivesse parado.

Em pé, olho o nascer do sol e meus olhos enchem de lágrimas como se fosse um milagre.

A areia branca sob meus pés, nos meus sonhos, me fazem delirar.

O mar revolto me mostra o quanto somos pequenos.

O estrondo das ondas é quase ensurdecedor. Aplaudo a beleza do cenário enquanto divago.

Novamente de volta, vejo que a noite demorará a findar. Falta muito tempo.

Outros sonhos virão. Sempre temos esta esperança. A esperança de que poderemos sonhar amanhã.

Fecho meus olhos e espero que minha mente me leve novamente para lá, para o sonhar.

Finalizo, mas a esperança de um novo sonho começa...

Por Ricardo Figueiredo

Rio, 20/02/98

 

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