Um grande vazio.

Algo que poderia consumir um universo.

Parte de mim não está aqui.

Talvez, logo ali.

Talvez a milhões de anos-luz.

Só sei que não está aqui.

Onde estás tu, fulgurante luz ?

Penso em ti, para passar o tempo.

Tento esquecê-la para poder viver, sobreviver.

Sua ausência me atormenta.

Os fatos ocorrem...

Sem ti nada representam.

Sinto a vertigem da queda.

Seus olhos, somente, observam.

Me agarro a ti para sobreviver.

Solto fogos ao encontrá-la. Planto lírios ao deixá-la.

Setas passam por pontos distantes.

Todas se dirigem a ti.

Amaldiçôo minha dependência. Abençôo sua existência.

Estrelas brilham no céu...

Iluminam seu alvo corpo.

Sonhos sedutores abordam pensamentos sóbrios.

Uma gota de água escorre pelo seu arqueado corpo.

Um arrepio de êxtase, toma meu ser.

Olhos castanhos banham a escuridão.

Sua luz ilumina o momento.

Atos impensados colorem o cenário.

Toalhas e cortinas nublam o palco.

Sinto a tormenta se aproximar.

Sento e relaxo.

Procuro em seus olhos uma saída.

Só encontro dúvidas. Dúvidas todos temos, Ah!, se temos.

Um arrepio percorre minha espinha.

Dor e medo falam sobre solidão.

Amedrontado, ergo muralhas que me aprisionam.

Grito para o mundo que estou vivo... Eles ignoram...

Escrevo tolices que nada dizem.

Refrões repetidos, frases perdidas.

Tudo tem gosto de antigo.

Um velho filme. Um livro amarelado.

Sim, tudo tem um motivo.

Tudo que sinto por ti parece ser novo...

Não, não é...

Eu quero alguém como você. Sonhava com algo assim.

Sabia que aconteceria um dia.

Um dia encontraria você.

Por mais que se escondesse. Por mais que fugisse.

Eu a encontraria.

Agora estás em meu poder.

"Decifra-me ou te devoro"

Sempre quis escrever para alguém.

Sempre quis escrever-te.

Eu te amo, olhos castanhos.

Vem comigo... Não esqueças de mim...

Pois, de ti, jamais esquecerei.

Fica comigo para sempre. Fica comigo até o fim...