Perdas…

Vi teus olhos vermelhos. O castanho que muito me alegra, se fora.

Os dias passaram... Só ficaram as marcas da tua ausência .

Deixei de escrever pois achava que o sentido se fora.

Caminhei rumo a luz. Pensei ser o momento de renascer.

Caminhei no meio deles. Tornei-me algo que talvez seja meu futuro.

Olho para traz e vejo algo para o qual um dia retornarei.

Busco um sentido para tudo. Só me deparo com mais dúvidas.

Serei eu um ser só. Sozinho. Viver do esquecimento.

Trilhar o caminho sozinho por opção. Será o destino ?

Sinto-me só. Terrivelmente só.

Não me importo. Importo-me demais. Ser ou não ser.

Estar com eles é estar só. Jamais serei como eles. Busco sentido.

Queria sentir o que digo. Ser verdadeiro.

Parar de mentir para mim mesmo.

Abro meus braços esperando que a chuva lave meus pecados.

O batismo. O renascimento. Mas quando ?

Vi coisas que mal me lembro.

Fiz coisas que pouco me admiro.

Deixei que você se fosse. Faz tempo que não choro.

Amarguei dias de luto. As lágrimas se foram. Secaram.

Pensei em ti várias vezes.

Supliquei por respostas que não me foram dadas.

Amaldiçoei e pequei. Me tornei como eles.

Devo pagar. Pago a cada dia sem a tua presença.

"Penso em Sarah, o resto é fácil !"

Quem dera !

Troco horas de sono por páginas escritas.

Troco dias de vida por horas de felicidade mundana.

Morreria feliz se teu sorriso pudesse iluminar meu caminho.

Tento viver intensamente. Meu tempo se esgota.

Tenho que te achar. Onde estás tu ?

Finalizo, mas tenho fé. Não demore.

 

Por Ricardo Figueiredo

Rio, 29/10/97

 

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