Tempus Fugit…
O que é o tempo ?
O que pensar sobre o tempo, quando a noite é longa e o dia tarda a chegar ?
Olhei, mais uma vez, para o céu e a lua não estava lá.
Minha amiga a muito me abandonara. Não há uma única estrela no céu.
O véu da noite e eu permanecemos de luto.
Quando era jovem costumava me vestir de negro e me tornar noite.
Alegria e tristeza são faces opostas de uma mesma moeda.
Me cansei da noite, da lua...
Elas nunca estão lá quando preciso... não como antes.
Só o silêncio.
O tempo... recebi palavras que falavam dele. Sabedoria... carinho... tempo...
O tempo é a resposta para tudo.
Uma luz de sabedoria iluminou minha noite escura e silenciosa.
Já vivi muito nesta vida. Bebi do vinho doce da sabedoria e da falácia.
Estive perdido e me encontrei diversas vezes. Chorei e me calei muito.
Me levantei de quedas verticais e me preparei para outras.
Continuo errando nas mesmas coisas.
O tempo não me deu a sabedoria que eu acho que tenho.
Tenho marcas. Elas me fazem lembrar das quedas.
Conheço cada uma delas.
As vejo toda vez que me deparo com o chão frio novamente.
Nos meus poucos momentos de iluminação percebo que o abismo não tardará.
Mesmo assim continuo rumo a ele. É sempre assim.
Uma vez me disseram que os problemas nos trazem dádivas.
Espero por elas. Talvez algum dia elas venham mesmo.
Enquanto isso espero que o tempo seja mais sutil. Peço, pelo menos, um sinal.
Será que caminho na trilha errada ? Me pergunto isso sempre.
Nunca obtive respostas.
Os sinais que tenho indicam um caminho que não me é permitido trilhar.
Ética. Amizade. Coisas que venero. Minha religião. Meu templo sem paredes.
Tenho muito a dizer e muito pouco tempo para isso.
Finalizo, o tempo urge !
Por
Ricardo FigueiredoRio, 13/12/97